Nesta quinta-feira (5), foi oficialmente inaugurada em Ribas do Rio Pardo, a 98 km de Campo Grande, a maior fábrica de celulose em linha única do mundo. Construída pela Suzano, a planta recebeu um investimento de R$ 22,2 bilhões e é considerada um marco no setor de papel e celulose, tanto pela sua capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas anuais quanto pelo impacto social, econômico e ambiental que gera para Mato Grosso do Sul.
O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do governador Eduardo Riedel (PSDB), do presidente da Suzano, Beto Abreu, e do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, além de autoridades locais e nacionais. Um dos momentos simbólicos foi o descerramento de um totem representando o empreendimento, oficializando uma nova etapa de industrialização para o Estado.
A construção da fábrica começou em 2021, exigindo mais de 10 mil trabalhadores no auge das obras. Hoje, com a planta em operação, são três mil empregos diretos e indiretos mantidos, entre funções industriais e florestais.
A construção da fábrica começou em 2021, exigindo mais de 10 mil trabalhadores no auge das obras. Hoje, com a planta em operação, são três mil empregos diretos e indiretos mantidos, entre funções industriais e florestais.
O governador Eduardo Riedel destacou o papel fundamental do governo estadual no apoio ao empreendimento, ressaltando o esforço coletivo que possibilitou a concretização do projeto. Entre as ações, ele ressaltou investimentos em infraestrutura, como a pavimentação de rodovias essenciais e a desburocratização de processos de licenciamento.
"Desde o início das negociações, trabalhamos para criar as condições necessárias para receber um investimento dessa magnitude. Isso envolveu discussões tributárias, logística, infraestrutura e a garantia de licenças ambientais ágeis e responsáveis. Obras como a pavimentação da rodovia MS-338 e a construção de túneis de hexatrem são exemplos do nosso compromisso em dar competitividade ao empreendimento", explicou Riedel.
A chegada da Suzano transformou Ribas do Rio Pardo, uma cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Além da injeção econômica proporcionada pela construção e operação da fábrica, a empresa realizou investimentos estruturais para atender às necessidades locais.
"Foram construídas escolas, centros de treinamento, um hospital, mais de mil casas e até um posto da Polícia Rodoviária Federal. Essa infraestrutura não só viabilizou o projeto como melhorou significativamente a qualidade de vida da população local", ressaltou Beto Abreu, presidente da Suzano.
Riedel complementou ao destacar o impacto na economia local: "A renda gerada pelos salários, o comércio que se fortalece, e o surgimento de novas empresas são efeitos diretos desse tipo de investimento. Ribas e o Mato Grosso do Sul agora têm uma perspectiva de desenvolvimento contínuo e sustentável." -
Uma das grandes bandeiras da nova fábrica é o compromisso com a sustentabilidade. Segundo Beto Abreu, o projeto foi pensado para ser um modelo de economia circular, produzindo a própria energia e utilizando matérias-primas renováveis."O eucalipto que usamos é plantado em áreas destinadas a isso e captura carbono ao longo do seu ciclo. Com isso, conseguimos produzir celulose e gerar energia sem comprometer recursos naturais. Essa é a essência da sustentabilidade econômica, social e ambiental que buscamos promover", destacou o presidente da Suzano.
O complexo ainda possui espaço para a construção de uma segunda linha de produção, o que poderia dobrar sua capacidade no futuro. Contudo, Abreu afirmou que o foco atual é consolidar a operação da planta recém-inaugurada.
Atualmente, Mato Grosso do Sul já desponta como líder brasileiro na exportação de celulose e antes mesmo da construção da fábrica já era responsável por 23% do total nacional. Com o novo empreendimento, o Estado se aproxima ainda mais do topo do mercado global, ultrapassando Minas Gerais na produção de eucalipto.
Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente, destacou que o setor está em franca expansão na região. "Já somos o maior exportador de celulose do país e devemos ampliar nossa liderança nos próximos anos. Temos 1,6 milhão de hectares de florestas plantadas e, até o final do próximo ano, serão mais 500 mil hectares. Além disso, outras indústrias estão a caminho, como a que está em construção em Inocência, e uma nova em licenciamento em Água Clara. Caminhamos para nos consolidar como o "Vale da Celulose"", afirmou Verruck.
O secretário destacou ainda os desafios trazidos pelo crescimento acelerado do setor, como a necessidade de construir 80 mil novas moradias até 2032 e qualificar mão de obra. "Com sete indústrias previstas no horizonte, esperamos gerar 64 mil empregos diretos e 100 mil indiretos. Isso exige um esforço conjunto para atrair e capacitar pessoas, além de fortalecer a infraestrutura em saúde, educação e segurança pública."
Outro ponto fundamental para o sucesso da nova fábrica é a logística. A celulose produzida será transportada por trem até o Porto de Santos (SP) para exportação. Para aumentar ainda mais a competitividade, o governo estuda a reativação da linha ferroviária de bitola larga ligando Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas.
"Esse tipo de investimento logístico é essencial para mantermos o custo competitivo e garantirmos a sustentabilidade de longo prazo do setor. O Mato Grosso do Sul possui hoje o melhor perfil de custos de celulose do mundo, e precisamos trabalhar para preservar essa vantagem", explicou Verruck.
A inauguração da fábrica da Suzano marca o início de um ciclo virtuoso para Mato Grosso do Sul. Com tecnologia de ponta, salários acima da média nacional e um modelo de desenvolvimento sustentável, o Estado se consolida como referência global no setor de papel e celulose.
"Esse empreendimento não é apenas uma conquista econômica; é um exemplo de como desenvolvimento, sustentabilidade e qualidade de vida podem caminhar juntos. É isso que queremos para Mato Grosso do Sul: oportunidades reais para as pessoas e um futuro promissor para todos", concluiu o governador Eduardo Riedel.
Fonte: Campo Grande News