Referência global na fabricação de produtos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, particularmente na produção de celulose, a Suzano anuncia que o início das operações do Projeto Cerrado acontecerá em junho, após três anos de obras. A nova fábrica de celulose erguida em Ribas do Rio Pardo (MS), a 100 km de Campo Grande, exigiu R$ 22,2 bilhões de investimentos e ampliará em cerca de 20% a capacidade instalada da companhia.
Projeto Cerrado produzirá 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, ampliando a capacidade instalada da Suzano para 13,5 milhões de toneladas anuais, além de 1,5 milhão de toneladas de capacidade instalada de papel e outros produtos. Segundo a empresa, o empreendimento encontra-se na fase final de montagem eletromecânica e comissionamento. Considerando as obras de infraestrutura para implantação da fábrica – terraplenagem, drenagem e arruamento do site –, que começaram em abril de 2021, o empreendimento completa três anos de execução.
Do aporte total de R$ 22,2 bilhões, R$ 15,9 bilhões referem-se ao investimento de capital industrial e R$ 6,3 bilhões relativos a recursos destinados a atividades florestais, logísticas e outras. Um dos diferenciais do empreendimento e que o torna competitivo, segundo Maurício Miranda, diretor de Engenharia da Suzano e responsável pelo Projeto Cerrado, é o cumprimento dos prazos estipulados no cronograma e do orçamento previsto inicialmente.
"Estamos falando de um investimento desse montante, com mais de 10 mil pessoas trabalhando no pico da obra, e todas as projeções de datas e valores foram confirmadas", frisa Miranda. Além dos 10 mil empregos criados durante o pico da construção, a Suzano informa que outros 3 mil novos empregos, entre próprios e terceiros, serão gerados na operação florestal e industrial.
O projeto também inclui a produção de eletricidade – a nova fábrica contará com uma estrutura de geração de energia renovável, utilizando biomassa como fonte de combustível. Sua capacidade de geração será suficiente não apenas para atender todas as necessidades operacionais da unidade, mas também para gerar um excedente significativo de energia, estimado em aproximadamente 180 MW médios – suficiente para abastecer uma cidade com 2,3 milhões de habitantes por um mês – que será exportado para a rede.
"A geração de energia planejada para a nova fábrica não apenas garantirá a autossuficiência energética da planta, mas também permitirá que ela contribua para o sistema elétrico brasileiro, fornecendo energia limpa e renovável. Trata-se de um projeto competitivo em que se busca unir a economia energética e o melhor aproveitamento de recursos com processos produtivos mais eficientes e ecologicamente sustentáveis", assinala Miranda.
O início das operações do Projeto Cerrado acontece junto com a retomada dos preços internacionais do setor de celulose, muito impactados com a queda verificada em 2023. No final de 2022, o preço da matéria-prima estava na casa dos US$ 850/tonelada e chegou praticamente à metade disso no primeiro trimestre do ano passado, passando a se recuperar gradativamente. No início deste ano, ela se recuperou, sendo negociada a US$ 700 por tonelada na China (alta de aproximadamente 50%) e atingindo recorde de US$ 1,6 mil/t nos EUA e de US$ 1,4 mil/t na Europa, os três principais mercados de referência da matéria-prima.
Nesse cenário, o Projeto Cerrado poderá propiciar resultados expressivos a Suzano, tendo em vista sua capacidade de combinar eficiência operacional com práticas sustentáveis, resultando em uma operação altamente competitiva, conforme sustenta Miranda. "O projeto será o mais competitivo em termos de custos de produção de celulose dentre todos os complexos fabris da Suzano, uma vez que conta com as tecnologias mais avançadas do setor implementadas na maior fábrica de celulose em linha única do mundo", conclui.
Com 100 anos de existência, a Suzano, de capital 100% nacional, é líder mundial na fabricação de celulose e uma das maiores produtoras de papéis da América Latina. O portfólio de produtos contempla papel de imprimir e escrever revestido e não-revestido, papel cartão, papel tissue, papel higiênico, celulose de mercado e celulose fluff.
A companhia tem três fábricas integradas de celulose e papel, duas localizadas no Estado de São Paulo (Unidade Suzano e Unidade Limeira) e uma na Bahia (Unidade Mucuri), uma fábrica de papel não-integrada em São Paulo (Unidade Rio Verde), uma de produção de celulose no Maranhão (Unidade Imperatriz), e a empresa de biotecnologia FuturaGene. No exterior a empresa mantém escritório de representação na China e controladas nos EUA, Suíça, Argentina e Áustria.
Em 2023, a companhia totalizou uma geração de caixa operacional de R$ 11,6 bilhões. A receita líquida somou R$ 39,8 bilhões e o EBITDA ajustado totalizou R$ 18,3 bilhões. Na última linha do balanço, a empresa registrou resultado líquido positivo de R$ 14,1 bilhões.
Fonte: Revista Oé