Faz dois dias que a OMS (Organização Mundial de SaĂșde) declarou a mpox como emergĂȘncia mundial. Em Mato Grosso do Sul, o quadro da doença é considerado tranquilo. Até a manhã desta sexta-feira, 16 de agosto, o nĂșmero de casos confirmados este ano, no Estado, é de sete e hĂĄ quatro em investigação.
As pessoas com suspeita da infecção são de TrĂȘs Lagoas, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo e Jardim, segundo informou a gerente das ISTs (Infecções Sexualmente TransmissĂveis), HIV/Aids e hepatites virais da SES (Secretaria Estadual de SaĂșde), Alessandra Salvatori.
JĂĄ as confirmações ocorreram em Campo Grande (6) e em Ponta Porã (1). Até o momento não hĂĄ registro de mortes decorrentes da doença no estado.
O material coletado dos pacientes são analisados no Lacen-MS (Laboratório Central de SaĂșde PĂșblica de Mato Grosso do Sul) e o resultado costuma sair em até quatro dias.
Nova variante
Embora sejam poucos os casos positivos e suspeitos no Estado, até o momento, Salvatori alerta para a nova cepa do mpox, a mais letal identificada desde que o vĂrus é conhecido. A variação perigosa não circula no Brasil, ainda.
"Faremos o monitoramento dos casos positivos para conseguir perceber quando a cepa vai começar a circular no nosso paĂs, o que entendemos ser uma consequĂȘncia que não tem como burlar", falou a gerente. Essa identificação serĂĄ feita por sequenciamento genético disponĂvel em laboratórios de referĂȘncia do Rio de Janeiro (RJ).
A nova variante é chamada de 1b. A que circulava isoladamente até então, e motivou a primeira declaração de emergĂȘncia mundial da mpox em 2022, é a 2b.
Grupos vulnerĂĄveis e sintomas - O vĂrus é transmitido principalmente durante o ato sexual. Sendo assim, pessoas convivendo com HIV, homens que fazem sexo com homens e pessoas sexualmente ativas são considerados os grupos mais vulnerĂĄveis para a doença.
No entanto, preocupa o registro da doença em crianças no continente africano, onde a mpox foi identificada primeiro e chamada inicialmente de "varĂola dos macacos".
"Se percebeu alto nĂșmero de transmissão em crianças. Ela ocorre por contato com as lesões na pele, então, acredita-se que seja transmitada pelos cuidadores", explicou Alessandra.
Os sintomas mais comuns da mpox são febre, Ănguas (glânglios inchados visĂveis no pescoço) e erupções na pele que, de inĂcio, podem ser confundidas com varicela ou "até com pelo encravado", avisa a gerente.
Vacinação - Em Mato Grosso do Sul, 400 doses de vacina para a cepa 2b da mpox foram enviadas a 10 municĂpios, quando houve o primeiro alerta sobre a emergĂȘncia mundial da doença.
Além dos grupos vulnerĂĄveis, técnicos de laboratórios também foram vacinados, lembra a gerente de imunização da SES, Ana Paula Rezende Goldfinger. Restaram apenas trĂȘs nos estoques.
A representante explica que o Brasil negocia o envio de 25 mil doses que protegem contra a nova cepa, com a ajuda da Opas (Organização Pan-americana de SaĂșde). A vacina ainda não é autorizada pela Anvisa (AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria) e não pode ser comprada por clĂnicas particulares, mas tem permissão para ser usada na rede pĂșblica diante de surto.
Quando chegarem, a SES planeja repetir a mesma estratégia usada na imunização contra a 2b. "A gente procura as pessoas para vacinar, a gente entra em contato com centros especializados a atender grupos de vulnerabilidade", finaliza Ana Paula.
Fonte: Campo Grande News