Câmaras de Três Lagoas e Campo Grande realizam audiências públicas para duplicar BR-262

Com duplicação estimada em R$ 5 bilhões, a BR-262 será assunto debatido durante audiências públicas em Campo Grande e Três Lagoas neste mês. No dia 24 de agosto, o encontro acontece em Três Lagoas, às 18h30, e no dia 30 deste mês, às 9h, na Câmara da Capital.

A audiência em Campo Grande é realizada pelo representante da prefeita na Câmara, Beto Avelar (PSD). O parlamentar explica que é necessária uma união para acordo sobre a duplicação da BR-262, principalmente no trecho que liga as cidades de Três Lagoas e Campo Grande.

"O trecho da duplicação que liga Três Lagoas a Campo Grande deve custar R$ 5 bilhões. Ao menos 30 entidades da cidade se reuniram para fazer um abaixo-assinado para ser entregue às autoridades", pontuou.

O vereador três-lagoense avisa que, devido às indústrias, o fluxo de veículos, aumentou muito a quantidade de mortes na rodovia. "Está insustentável", disse.

Eduardo Riedel quer assumir a "Rodovia da morte"

O Governador Eduardo Riedel (PSDB), pretende delegar pelo menos duas rodovias de competência do Governo Federal ao Governo de Mato Grosso do Sul. Entre as BRs está a 262, também conhecida como "Rodovia da Morte" pelo fato de colecionar acidentes. O anúncio foi dito pelo tucano ao Perfil News, no último dia 31, durante a inauguração do novo terminal portuário multimodal, em Santos (SP).

Riedel também adiantou com exclusividade ao Perfil News, se reuniu com o Ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Entre as reivindicações está a delegação das rodovias 262 e 267.

"Não é competência nossa, mas puxo a responsabilidade para mim. Estou conversando com o Governo Federal não só o investimento direto, mas a possibilidade de delegarem ao Estado as rodovias. As propostas estão abertas na mesa. Queremos fazer como fizemos com a BR-158. Desejamos realizar o mesmo com a BR-262 e também com a BR-267", destacou o Governador Eduardo Riedel.

PALCO DE ACIDENTES

A BR-262, também conhecida como "rodovia da morte" liga várias cidades de Mato Grosso do Sul, se tornou foco de acidentes no Estado. Segundo dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), só nos seis primeiros meses de 2023 foram registrados 60 acidentes no trecho da rodovia entre as cidades de Três Lagoas a Campo Grande.

A instalação de novas atividades econômicas na região — ligadas ao plantio de eucalipto e fábricas de celulose — influencia o aumento do fluxo de veículos e, consequentemente, o maior número de acidentes.

FLUXO SÓ AUMENTA

Com a instalação da nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, o fluxo de veículos na BR-262 teve um drástico aumento. Sem as obras necessárias, como a duplicação da rodovia, que há anos é debatida, os números de acidentes não param de crescer.

Há muitos anos a BR-262, que serve como principal trecho de transporte logístico, é alvo de reclamações dos motoristas pelos constantes riscos de acidentes.

Três Lagoas possui duas fábricas de celulose e mais uma está sendo instalada na cidade de Ribas do Rio Pardo. Segundo a PRF, o maior índice de acidentes está entre os dois municípios, onde o fluxo de veículos se intensificou devido à construção da nova indústria.

Quem passa pela "rodovia da morte" todos os dias percebe o aumento no número de acidentes ainda mais de perto. O número de veículos e o fluxo de caminhões pesados mudou a rotina de quem trafega pelo local desde que uma empresa de fabricação de celulose se instalou no município.

Precariedade, falta de fiscalização e sinalização na rodovia faz mais vítimas

Além do aumento de veículos, a BR- 262 também é precária em vários trechos, o que facilita ainda mais o número de acidentes na rodovia. Várias obras são prometidas há anos. O assunto sempre é debatido, mas nada foi realizado, deixando a vida dos condutores em risco.8

Entidades de Três Lagoas assinam abaixo-assinado

Com a intenção de chamar a atenção das autoridades competentes, entidades de Três Lagoas se uniram para fazer com que o Poder Público duplique a BR-262.

O Perfil News quase que diariamente publica reportagens com várias tragédias que tem acontecido na rodovia, mas mesmo com o número de acidentes só aumentando, a duplicação da BR-262 ainda parece um sonho distante.

A sociedade de maneira geral tenta fazer o que pode. Um exemplo foi a união de pelo menos 30 entidades de Três Lagoas que assinaram um abaixo-assinado. O documento está sendo entregue ao Estado, deputados, prefeito, vereadores e todos os órgãos competentes.

Pedido para duplicar rodovia virou até canção

Também pensando em ajudar como pode, o Perfil News conversou com Eurides Silveira de Freitas. Ele é presidente de várias instituições de Três Lagoas e teve a ideia de fazer um Single para chamar a atenção e pedir a duplicação da rodovia.

Por trabalhar com várias instituições, Eurides destaca que singles sempre são usados nos trabalhos publicitários das entidades. Para isto, ele já tem as pessoas certas que realizam o serviço. Com a letra de Sérgio Alvarenga de Almeida e arranjador-produtor, Marcio André de Moura Pereira, a melodia faz um apelo as autoridades. Veja abaixo:

"Duplicação da BR 262

É pra hoje e não depois

O final desse transtorno

Duplica já BR 262

Pra hoje e não depois

É o desejo de todos

Uma triste realidade de quem tem presenciado, assustado

Uma morte atrás da outra

Nessa rodovia perigosa

De tantas vidas ceifadas

Até quando essa rotina, de tragédias anunciadas?

Duplicação da BR 262

E pra hoje é não depois

O final desse transtorno

Duplicação já BR 262

Pra hoje e não depois

É o desejo de todos

Duplica já".

Eurides disse que após a canção ficar pronta, foi acrescentado imagens dos graves acidentes registrados na BR-262. Por ser Presidente do Instituto de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental, ele explica que há muito tempo realiza campanhas contra atropelamentos de animais, mas agora também reivindica um basta contra as mortes humanas.

"A gente sempre reivindicava segurança na rodovia, mas era devido às várias mortes de animais, mas agora, devido ao aumento dos acidentes, nós pedimos a duplicação para evitar mortes humanas na BR-262", destacou.