Um cachorro foi resgatado em situação de maus-tratos no bairro São Sebastião, em Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande, na tarde de terça-feira (29). O animal estava com a pele caindo, graves lesões aparentes e desnutrido. A veterinária responsável pelo caso diz que suspeita de lesões causadas por água quente.
A responsável pela ONG Anjos que Protegem, que preferiu não se identificar, disse que recebeu a denúncia sobre a cão, que estava amarrado com uma corrente e um lençol. Os ferimentos estão espalhados por todo o corpo, desde o rosto ao rabo. Nitidamente magro e doente, ele deve passar por exames ao longo do dia.
"[Estava] com pele na carne viva. O animal estava acorrentado, não só por uma corrente, mas com um lençol, não se mexia, pois se mexesse se enforcava. Com a autorização da advogada, entramos no quintal, a casa não possui portão ou muro".
Ela entrou em contato com a tutora, que alegou que o bicho teria sido resgatado da rua e em poucos dias no endereço desenvolveu bolhas na pele. A mulher alega que levou o animal a uma clínica particular, onde foi passado medicamentos, entretanto, não tinha condições de arcar com exames, como de leishmaniose.
A tutoria ainda teria dito a resgatante que chegou a ligar para a Vigilância Sanitária do município, contudo, o órgão não teria insumos para realizar o teste. Uma semana depois, a responsável pelo órgão estaria de férias.
Estado grave
Praticamente morrendo aos poucos, a veterinária que está cuidando do cão sem raça definida conta que o animal chegou à clínica agressivo, demostrando que era "sofrido". Ele se alimentou sozinho e comeu duas bacias de ração com frango, tamanha a fome.
"Ele está internado com gases e bastante pomada. Pelo aspecto das lesões, parece muito [causado por] água quente. Tem partes que parece que são lesões antigas, a pele dele está muito ferida, quase desmanchando", descreve.
A especialista ainda diz que suspeita de leishmaniose. Ele também estava com infestação de carrapatos e em estado de caquexia, a perda de tecido adiposo e músculo ósseo. Em algumas partes do corpo, há sinais de cicatrização e em outras feridas novas.
A responsável pela ONG informou que irá registrar um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (30). A reportagem tentou contato por ligação e WhatsApp com a tutora, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para um posicionamento.