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Uma empresa de Campo Grande, responsável pelo fornecimento de merenda escolar para prefeituras do interior de Mato Grosso do Sul, foi interditada na terça-feira (18) após uma vistoria identificar alimentos estragados e vencidos em suas instalações. A Operação Malebolge também foi deflagrada em Ãgua Clara.
A ação foi conduzida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por meio dos Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e de Gecoc (Grupo de Combate à Corrupção).
Durante a operação, os agentes levaram a Vigilância Sanitária ao local onde a merenda imprópria para consumo foi encontrada. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o MPMS mostra que câmaras frias foram flagradas com diversos alimentos vencidos.
A fiscalização da Vigilância Sanitária constatou que a empresa, que fornece alimentação para estudantes da rede pública estadual, armazenava produtos fora do prazo de validade e em condições inadequadas para consumo.
Diante dos indícios, a Vigilância Sanitária ficou responsável pela autuação da empresa devido às irregularidades na conservação dos alimentos, além de determinar a interdição do local.
Durante a operação, aproximadamente R$ 9 mil foram apreendidos com um dos alvos dos mandados de busca.
CORRUPÇÃO E ESQUEMA MILIONÃRIO
As investigações conduzidas pelo MPMS apontam para a existência de uma organização criminosa operando nas cidades de Ãgua Clara e Rochedo. Com um modus operandi semelhante, o grupo tinha como alvo a administração pública municipal.
Segundo o MPMS, os núcleos dessa organização contavam com a participação de empresários responsáveis por articular o esquema. A apuração revelou a corrupção de servidores públicos, que fraudavam licitações ao direcionar contratos para empresas específicas nos certames municipais.
Ainda segundo o órgão, agentes públicos emitiam falsos atestados de recebimento de produtos e serviços, acelerando os trâmites administrativos para o pagamento de notas fiscais. Em troca, recebiam propina pelos contratos firmados entre os empresários e o poder público.
As investigações estimam que os contratos fraudulentos ultrapassem a soma de R$ 10 milhões.
OPERAÇÃO
A operação contou com o apoio dos batalhões de Choque e de Operações Especiais, o BOPE da Polícia Militar. O nome "Malebolge" faz referência à obra Divina Comédia, de Dante Alighieri, escrita no século XIV, na qual fraudadores e corruptos são retratados como submersos em um lago de piche fervente no oitavo círculo do inferno.
Fonte: Perfil News