Na noite da última quarta-feira (25), no Bairro Parque do Lageado, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por intermédio da DENAR, prendeu em flagrante Y. O. dos S. (25), suspeita de praticar o crime de tráfico de drogas majorado.
Segundo apurado, a equipe da DENAR obteve várias informações, de cidadãos que solicitaram o mais absoluto sigilo por medo de retaliações, de que uma mulher de 25 anos estaria traficando drogas na região do Bairro Parque Lajeado.
Conforme averiguado, essa mulher recebia a droga do PCC (Primeiro Comando da Capital), a mando de seu companheiro que está custodiado em presídio de Campo Grande, e se incumbia de preparar o entorpecente para a redistribuição às biqueiras da região.
A equipe policial, previamente, fez as pesquisas junto aos sistemas oficiais e levantou que a mulher já tinha histórico de tráfico de drogas, pois foi presa uma vez no aeroporto de Campo Grande com carga considerável de entorpecentes e, em 2020, foi presa em Dourados transportando, também, grande quantidade de haxixe, e a mando de um namorado à época, conforme detalhado nos boletins de ocorrência anexados aos autos de inquérito.
Nesse cenário, na data dos fatos, o Núcleo de Inteligência da DENAR recebeu informações contundentes de que a suspeita teria acabado de receber um carregamento muito grande de drogas em seu barraco, bem como que não demoraria para a droga ser redistribuída às biqueiras, situação que demandaria urgência e pronta intervenção policial.
Tratava-se de grande carregamento de drogas de propriedade, na realidade, do próprio PCC.
Os dados coletados também indicavam que no imóvel havia um cão da raça pitbull, para inibir eventual ingresso no local, e que a mulher teria duas crianças morando naquela mesma residência, também para despistar eventual ação das forças de segurança pública.
Então, os policiais civis foram incontinenti ao endereço e monitoraram aquela casa por minutos, percebendo movimentação atípica de pessoas desconhecidas.
Para fins de ratificarem o provável tráfico ilícito de drogas, os investigadores entrevistaram vários populares, os quais foram bastante seguros e detalhistas de que estavam muito incomodados com a grande movimentação de pessoas naquele barraco, bem como com o forte cheiro de drogas advindo precisamente daquele imóvel.
Porém, como de geral conhecimento, os populares demonstraram fundado temor em falar sobre o que sabiam, suplicando pela preservação de suas identidades, isso porque, segundo todos eles, unissonamente, aquela mulher e pretensa "traficante" possuiria um companheiro preso, integrante de facção, e que ele seria o mandante do esquema de drogas na região.
Além dessas entrevistas a pessoas do povo, a equipe DENAR percebeu também o excessivo odor de drogas oriundo de uma janela daquele imóvel, que estava com a fresta aberta, porque é bem comum maconha e pasta-base exalarem cheiro forte, ainda mais quando forem armazenadas em grande quantidade em barraco ou imóvel pequeno, como o ora verificado, isto é, consistentes em apenas dois cômodos ou quartinhos.
Diante disso, isto é, informações do Setor de Inteligência, monitoração prévio, entrevistas a populares e forte odor de drogas advindo do imóvel, dada à urgência que demandou a rápida intervenção policial em razão da informação de que a carga já seria redistribuída às bocas de fumo, os policiais civis vislumbraram as fundadas razões de tráfico e fizeram a incursão naquela casa, oportunidade na qual, em um dos quartos, já se depararam com volume excessivo de pasta-base de cocaína ao solo, próximo à mulher, a qual, naquele instante estava manuseando o entorpecente (o que se compatibiliza com o forte cheiro).
Ao todo, foram apreendidos 21 (vinte e um) tabletes dessa droga (pasta-base), com peso de 20.420 g (vinte quilos e quatrocentos e vinte gramas).
A suspeita informou aos policiais que a droga não seria de sua propriedade, mas sim de seu companheiro, custodiado em estabelecimento prisional, mas não quis fornecer a sua identificação, o que será melhor aquilatado ao longo das investigações por inquérito, tudo a ratificar todas as informações e diligências preliminares coletadas pela Delegacia Especializada.
No outro quarto, os agentes policiais encontraram mais drogas, especificamente 48 (quarenta e oito) unidades de maconha, individualizados e para pronta entrega e comercialização a terceiros, totalizando 538 g (quinhentos e trinta e cinco) gramas, ou seja, mais de meio quilo desse entorpecente.
Também, naquele imóvel, em um dos quartos (no que se encontrava a suspeita e próximo à droga), foram apreendidos diversos petrechos para o tráfico, tais como 03 (três) balanças de precisão, 200 (duzentos) pinos plásticos para a venda de cocaína em porções e conhecidos como eppendorfs, e 04 (quatro) aparelhos celulares, sendo dois da marca Motorola, um da marca LG e outro Samsung.
Como a suspeita tinha dois filhos pequenos, a equipe policial realizou contato com familiares da autuada, entregando as crianças à sua genitora.
Cumpre acrescentar que aquele ponto de venda de drogas ficava muito próximo a uma escola, mais precisamente a uma distância de 210 metros, circunstância que, pela legislação vigente, conduz ao aumento da pena abstratamente prevista para o tráfico de drogas (majorado).
Ante o exposto, a mulher de 25 anos recebeu voz de prisão, suspeita de praticar o crime de tráfico de drogas majorado, e foi conduzida à delegacia para as providências cabíveis, onde permanecerá à disposição da Justiça.
No mais, cabe salientar que referida prisão decorreu de ação da DENAR no bojo da operação ÔMEGA, de caráter permanente, que tem por intuito coibir o tráfico doméstico ("em biqueiras"), porém sem se olvidar da necessária repressão ao tráfico interestadual de entorpecentes.
Fonte: Assessoria DENAR